True Detective – Primeira temporada

Com narrativa interessante, passando por pontos de vista diferentes e em variados períodos de tempo, True Detective se mostrou uma surpresa bastante agradável. Fugindo da típica fórmula de séries policiais, já bem manjada e um tanto rançosa, a série é mais um sopro de vida nesse mundo sem fim que a Era da Internet nos colocou.

Inicialmente somos apresentados a dupla de detetives Rust Cohle (Matthew McConaughey) e Martin Hart (Woody Harrelson), cada um dando seu depoimento sobre um antigo crime que ambos investigaram nos anos 90, mas que agora, diante de novas evidências, tem a caçada ao assassino reiniciada.

Conforme a história se desenrola, podemos acompanhar a evolução dos personagens principais, a forma como suas personalidades são apresentadas e eventos que modificam e marcam profundamente cada um deles, sempre trazendo consequências para a trama e para o relacionamento da dupla.Putz_truedetective_02

Vale ressaltar o pano de fundo usado: a busca por uma seita que reverencia o Rei Amarelo, personagem do homônimo escrito por  Robert W. Chambers, aliás, vale a leitura. Enfim, a forma como a trama evolui, mas sem ficar fantasiosa demais, mantendo uma lucidez sem igual, desperta no espectador um senso de urgência, uma necessidade de saber se o que passa na tela é real ou apenas um vislumbre de loucura.

Assim como os protagonistas, nos vemos divididos. Ir até o fim, como Rust, para saber toda a verdade, independente das consequências ou nos acomodar em nossa ignorância, como Martin, atribuindo tudo ao acaso e nos afundando em nossos dramas cotidianos? Vai de cada um decidir com qual deles se identifica melhor, ver até o último episódio para, enfim, encontrar a derradeira resposta… Ou não!

Menção honrosa a trilha sonora da série. Lindamente composta, ela fecha com chave de ouro e torna toda a experiência ainda mais fantástica!

True Detective está, atualmente, em sua segunda temporada, e o melhor, como as histórias são diferentes a cada temporada, dá para assistir às duas, sem medo de levar aquele spoiler maroto na cara.