Playstation 4: Os jogos, os serviços e a mais nova aposta da Sony

A conferência da Sony no dia 20, apesar de ter sido marcada pela confirmação do Playstation 4, foi bem morna, com algumas novidades e outras não tão novas assim, mas satisfatória, mesmo deixando alguns detalhes de fora e que foram mostrados mais tarde. Então, nada melhor do que mostrar todas as informações existentes acerca do novo console da Sony até agora para quem não conseguiu ver a conferência.

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O Console

Um dos pontos fracos na conferência foi que as únicas coisas mostradas do console foram o controle e a estrutura dele, deixando as pessoas imaginando sobre como seria o seu design. Mais tarde foi revelado que até a própria Sony não sabe qual será o formato final do PS4, então é bem provável que ela se inspire em um dos modelos falsos criados por fãs.

A arquitetura

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Pouco foi especificado sobre o interior do PS4, somente que ele terá uma CPU de 8 núcleos de arquitetura X86 e 8 gigabytes de memória RAM DDR5, o que garante uma velocidade de processamento muito rápida (pra se ter uma ideia, a placa de vídeo GeForce GTX Titan da Nvidia, que é a melhor da empresa, possui 6 gigas de memória DDR5) e que ele terá dois chips, sendo um deles encarregado de fazer download em background, permitindo jogar enquanto o jogo baixa, e de deixar o jogo rodando enquanto você faz outra coisa (algo como o Vita faz atualmente). Porém, o mais elogiado foi a sua facilidade de programação, visto que ela é bastante parecida com a de um PC, permitindo que os desenvolvedores se concentrem mais em fornecer a melhor experiência possível do que quebrar a cabeça tentando fazer o jogo funcionar, problema enfrentado pelo PS3 por causa do chip Cell, fazendo com que quase todas as versões de jogos multiplataformas ficassem mais feias no PS3, apesar dele ser teoricamente mais potente do que a concorrência.

O Controle

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A Sony, como em cada novo console, resolveu inovar no controle e nos apresentou o Dualshock 4, um controle que tem o mesmo formato dos anteriores, mas com algumas mudanças significativas, como a junção dos botões de start e select em um só botão chamado Options, deixando o espaço do select para o botão Share, cuja funcionalidade será para compartilhar imagens ou vídeos do jogo na rede; gatilhos mais robustos, para evitar o escorregão dos dedos na hora de jogar; analógicos côncavos também para evitar escorregões; um Playstation Move embutido na parte de baixo do controle, cujos movimentos serão captados pela câmera Playstation 4 Eye, dando uma maior fidelidade na captura de movimentos; uma saída de som para dar maior imersão ao jogo (bem como aquela existente no Wiimote); e uma tela de toque bem parecida com a tela traseira do Vita, para funções como navegar na internet, dar zoom nas fotos e outras coisas ainda não especificadas que devem aparecer nos jogos. Então, basicamente, o novo Dualshock é uma mistura do original com o Move e o Vita.

Os Jogos

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O maior foco da conferência foram os jogos, já que a Sony não quer repetir o erro com o Vita, onde falou muito do console, mas quase nada dos jogos, fazendo-o amargar nas estantes, tanto das casas, quanto das lojas.

O primeiro jogo apresentado foi Knack, um jogo de aventura feito pela Japan Studio (a mesma de Ecochrome), onde os humanos criam um bichinho chamado Knack para impedir a ameaça alienígena, munindo de formas geométricas para aumentar de tamanho e enfrentar bichos maiores e mais fortes. Enfim, é aquele jogo feito para testar o poder de processamento de polígonos do console.

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Em seguida veio Killzone: Shadowfall com uma demo jogável em tempo real, que se passa uns 30 anos depois do terceiro Killzone, sendo que os humanos e os Helghans vivem em uma mesma cidade dividida por um muro. Todo mundo ficou mais interessado nos gráficos do jogo do que no jogo em si, visto que ele não parecia muito diferente do convencional.

Depois vieram a Evolution Games e a Sucker Punch com o Driveclub e o spin-off do InFamous. O Driveclub é um jogo de corrida com foco social, no qual os jogadores terão que se unir em grupos para enfrentar outros grupos em corridas disputadas com os melhores carros. E o InFamous: Second Son, que é uma versão com superpoderes de 1984, aonde um cara com superpoderes enfrenta um governo autoritário que sempre vigia seu povo através de câmeras.

A Bungie também marcou presença com seu novo jogo Destiny, game no qual você assume o papel de um “Guardião” que deve explorar um mundo futurista pós-apocalíptico para proteger a humanidade dos perigos que rondam o planeta. Apesar de exigir conexão constante e de possibilitar coop ao melhor estilo Journey, com drop-in e drop-out sem perceber (com a diferença de que permite chat por voz), ela não o classifica como um mmo.

As maiores surpresas foram a Media Molecule, que mostrou uma demo técnica feita com o Move, com o objetivo de fazer o “sorvetão” uma ferramenta para a criação de obras de arte; o desenvolvedor Jonathan Blow com o seu The Witness e a declaração de que ele será exclusivo do PS4 por um tempo antes de sair para outros consoles (mais tarde ele falou que a decisão do PS4 foi mais por conveniência do que por dinheiro, devido à facilidade de programação e o hardware avançado do console); a Capcom com o anúncio da nova engine Panta Rhei e o possível exclusivo Deep Down (nome provisório), que é uma mistura da jogabilidade de Dark Souls com o visual de Dragon’s Dogma; a Blizzard com o anúncio de que Diablo III sairá tanto para PS3 quanto para PS4 e com todos os updates da versão de PC, atraindo a fúria vingativa dos fanboys da plataforma; e a Ubisoft que mostrou uma demo também jogável e em tempo real do Watch Dogs, sendo que mais tarde ela revelou que a demo havia rodado em um PC com as mesmas configurações do PS4 (um recurso normal feito pelas desenvolvedoras para testar o potencial do console). Então, jogo não é o que vai faltar no lançamento do console.

Os Serviços

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Uma das maiores apostas da Sony para a nova geração é a sociabilidade, visto que você poderá comentar nos conteúdos produzidos por outros jogadores, produzir o seu próprio conteúdo gravando vídeos e postando fotos de seus jogos e, por que não, gravar livestreams através do Ustream, um serviço não muito conhecido de lives (fazendo muitos se perguntarem por que não o Twitch ou o próprio Youtube, que são serviços mais famosos). É claro que quem for meio anti social pode jogar desconectado da internet sem problemas.

Outras das apostas são a coletividade e a personalidade, já que você poderá jogar jogos de PS1, PS2, PS3 e PSP no PS4 através do Gaikai, serviço de computação na nuvem no qual você só precisa de uma boa conexão de internet para jogar os jogos que você comprou. E através das suas compras, um algoritmo criado pela Sony tentará saber qual é o seu gosto e oferecerá jogos dentro daquele tipo definido para você jogar e comprar caso goste.

Outra das apostas da Sony é o cross-platform, onde você poderá jogar jogos do PS4 no Vita, algo como o que é oferecido atualmente nos exclusivos da Sony, como Playstation All-stars Battle Royale e o Sly Cooper: Thieves in Time, jogos que você pode jogar no PS3, sincronizar o jogo salvo na nuvem e retomar de onde parou no Vita. Isso faz parte da empreitada de “Anything Everywhere” (Qualquer coisa em qualquer lugar).

Porém, a maior surpresa foi o interesse da Sony no Brasil, criando planos para lançar o PS4 e seus serviços aqui ao mesmo tempo que no resto do mundo, sendo que, quem quiser uma amostra do console, poderá jogá-lo na Brasil Game Show desse ano.

Por fim, um dos pontos altos do novo console é a possibilidade de poder jogar jogos usados sem problemas, contrariando um rumor alimentado por uma patente registrada pela própria Sony na qual um jogo seria conectado permanentemente a uma conta, impedindo a sua revenda.

Os Problemas

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Um dos problemas do PS4 é que ele não terá retrocompatibilidade  impedindo que os jogos e salvos do PS3 sejam compatíveis, fazendo com que o jogador tenha que comprar tudo de novo pra jogar na nuvem (o que é economicamente inviável), ou que ele mantenha os dois consoles, tendo que jogar os jogos de PS3 e os de PS4 em seus devidos consoles.

Outro dos problemas do PS4 é a vida útil da bateria do controle, já que tantas funções embutidas dentro dele pode significar uma vida útil muito mais curta do que o seu antecessor, o Dualshock 3.

O último, mas não menos importante, é o preço do console, que provavelmente será dividido em dois modelos: um mais básico que sairá por 429 dólares e outro, mais robusto, por 529 dólares. Isso mostra que a Sony sabe que seus consumidores não vão cometer o erro de gastar 600 dólares em um console novo, coisa que aconteceu no lançamento do PS3.

Agora só falta a Microsoft se manifestar sobre o novo Xbox e a nova geração finalmente estará lançada. Agora Sony, se quiser instalar uma base melhor aqui no Brasil, diminua os preços dos jogos, lance a PS Plus por aqui e coloque à venda os cartões pré-pagos que aí sim a gente conversa.