Terror nos Quadrinhos

E é chegada sexta feira 13, o conhecido dia do azar e também o dia popular para os amantes de filmes de terror, mas e para os amantes de quadrinhos que preferem ler a passar seu dia frente a uma telinha no escuro de sua casa (exceto claro se você for adepto ao estilo E-Reader) qual seria uma boa indicação para ler nessa data tão especifica? Há horror nos mundos dos quadrinhos? Por qual posso começar a ler?

Darei a vocês umas dicas do que andei e ando lendo e compartilhar com vocês alguns desses, a maioria dos indicados aqui apresentam cenas gores e pesadas, mas com enredo extremamente bom e aceitável, não sendo apenas simples matança desnecessária e sem sentido, portanto é extremamente DESACONSELHÁVEL para menores e pessoas sensíveis.

Nota: Existem muitos quadrinhos com essa temática, vou citar apenas aqueles ao qual li ou tenha uma opinião e certo apego;

Nos Quadrinhos Ocidentais temos:

Marvel Zombies (Ed Marvel):

Dispensa apresentações pelo fato que acaba sendo mil vezes melhor que os quadrinhos originais. A premissa é básica, algo aconteceu no mundo e todos, salvo raras exceções foram transformados em zumbis pensantes (e que falam demais), mas com uma incrível fome por carne humana, ou melhor, carne de super-heróis e vilões. Diferente dos Comics normais Marvel Zombies é fechado em arcos, cada uma com uma historia centrada em um personagem ou grupo de personagens, só para citar o primeiro arco fecha nos próprios zombies caçando outros heróis (O ‘Aranha’ por exemplo devorou a tia May e esta em choque por isso, gerando cenas bem peculiares), inclusive o próprio Ash de Evil Dead faz ponta tentando acabar com a massa de “heróis zumbis”.  Apesar do tema com “heróis” pode esperar muito sangue e membros decepados como qualquer temática zumbi.

Walking dead (Image Comics):

Devido ao seriado vem se tornando popular. Conta a historia de um xerife que acorda depois de alguns anos devido a um acidente e se vê em uma cidade infestada por criaturas mortas, a saga em si se foca mais especificamente no comportamento humano do que nos zumbis em si, ainda que haja muitas cenas envolvendo os mesmo. A HQ é focada e acompanha mais o grupo contando suas historias e atitudes típicas da humanidade perante uma dificuldade, assim como suas virtudes também. Para quem esta acompanhando a serie há algumas diferenças entre uma e outra, acaba mais servindo como complemento ou “realidade alternativa” mesmo, pode ir sem medo.

Hack/Slash (Devil’s Due Publishing):

Conheci a pouquíssimo tempo graças ao Gnu (pertencente ao Coletivo Cult e ao Lagcast) e de começo me apaixonei, foca nas variadas historias de filmes de terror desde Jason (de Sexta Feira 13) até Chucky (de brinquedo Assassino) do qual sou grande fã. Hack/Slash é a história de Cassie Hack, uma caçadora de maníacos que cruza os Estados Unidos exterminando toda sorte de psicopatas que parecem saídos de algum filme de terror dos anos 90, não li muito ainda, então fico devendo uma descrição mais detalhada, mas para quem curte filmes antigos é uma boa pedida.

Vertigo (DC Comics):

O Selo em si apesar de não ter um tema gore possui historias no mínimo de horror pessoal. Monstro do Pântano, Hellblazer (Constantine) e Sandman são os principais carros chefes nesse tom de horror da HQ, atualmente vem sendo lançado pela editora panini e vale a pena a leitura, não só por eles, mas também por outras como Fables e Escalpo. Não tem muito que se falar desses, só conferindo mesmo.

 

E nos quadrinhos Orientais:

Uzumaki (Junji Ito):

Acabou se tornando meu mangá preferido nesse gênero, sua historia não foca em uma criatura ou pessoa, e sim em uma situação: espirais. Durante o mangá varias pessoas de uma pequena cidade vão sendo atormentadas por situações estranhas que de alguma forma tem ligação com espirais, inclusive começam a se tornar obcecadas pelos mesmos. As mortes são muito bem elaboradas em especial a cena do hospital e os da garota obcecada pelo seu cabelo, apesar da historia apresentar uma personagem principal, ela acaba sendo apenas alguém que presencia os acontecimentos estranhos, raramente tendo alguma influencia relevante. Vale a pena mais pelo conteúdo da leitura do que o final em si – ainda que seja bom e aceitável, o que acontece durante a historia é bem mais interessante.

Franken Fran (Katsuhisa Kigitsu):

Assim como Walking Dead é meio focado nas atitudes da humanidade, desejos ocultos e vontades nefastas. Fran é uma “garota” (cheia de remendos no corpo, dai o nome) que segue os mesmos preceitos de seu “pai” a área da medicina, por varias vezes sendo chamada de cientista (“louca”) durante a série. Fran age muitas vezes como uma criança sem noção da realidade, mas na verdade é apenas uma pessoa curiosa e predisposta a “ajudar” o ser humano com suas vontades, normalmente essa trazendo ele de volta a vida da forma mais bizarra possível (cito aqui meu capitulo preferido da garota larva) ou mesmo salvar vida de pessoas e depois toma-la devolta. A personagem Fran parece não mudar de personalidade durante a saga, em compensação os “aliados” dela parecem mudar em muitos pontos, já os “clientes” bem esses ai você terá que conferir.

Battle Royale (Koushun Takami/Masayuki Taguchi):

Atual discussão com o lançamento de Hunger Games, Battle Royale foi inspirado em um livro de mesmo nome e não é novidade nesse ramo, quando era criança lembro-me do The Running Man com o tio Schwarzenegger que possuía uma ideia bem semelhante. Battle Royale conta a historia de uma sala de aula de uma escola oriental que é escolhida para um jogo, no qual haverá apenas um sobrevivente, já de começo somos apresentados a Shuya Nanahara como um possível personagem principal, mas o mangá vai além, apresentando vários outros personagens ao qual você vai se apegando (alguém ai falou Mimura) assim como sua historia e objetivo próprio de sobreviver, apesar de ter um final aparentemente “roubado” e decepcionante devido a instante proteção de dois personagens na serie, o enredo dele durante a historia é o que segura o leitor, a série não se foca apenas no personagem dito principal (Nanahara no caso), e é possível você se apegar a outro personagem que não ele, o problema é que você vai se chatear com o desenrolar da historia exclusivamente devido à “superproteção” de um determinado personagem. Leia, vale a pena, mas uma dica não se apegue a ninguém ou vai passar raiva assim como eu passei na época.

Jigoku Shoujo (Miyuki Etoo):

Historia muito semelhante à Franken Fran com a diferença que os desejos da humanidade aqui são mais ‘sobrenaturais’. Jigoku Shoujo é a historia de uma pequena garota akuma (demônio) que atende os desejos das pessoas em troca da sua alma, na qual ela deixa isso bem claro durante a troca, mas o mangá/anime/filme consegue fazer você entender o lado da pessoa que esta fazendo o contrato e não conseguir outra solução senão completar o acordo. Não li ele muito, mas ao pouco que percebi ela não parece muito feliz com esse tipo de “trabalho”, mas o faz por obrigação. A personagem em si não tem muito carisma, em contrapartida os seus 3 ajudantes são os melhores personagens da serie.

HighSchool of the Dead (Daisuke Sato/ Shoji Sato):

Contraponto oriental de Walking Dead, apresenta uma base muito semelhante de adolescente passando pelas mesmas dificuldades tanto contra zumbi quanto com pessoas vivas. Depois de ter sua escola invadida por criaturas mortas andantes, vários alunos se juntam para tentar sobreviver e encontrar suas famílias, nada é explicado, ninguém sabe como começou ou quão feio esta a situação exceto que tem que encontrar um lugar seguro e se manter juntos, em nenhum momento a serie desanima e cada personagem tem uma atitude e função dentro do grupo, isso acaba sendo muito legal, literalmente se torna o mundo que todo Otaku “gostaria” de participar e mesmo para um mangá dá para sentir a preocupação e o receio de alguém em “maus lençóis”. Minha única reclamação, que para alguns não é uma reclamação, é o exagero em mostrar mulheres pseudo nuas e suas calcinhas, sinceridade a serie é boa, e não necessita dessa apelação sexual para segurar um leitor, desculpe os fãs, no começo eu também gostei, mas com o tempo saturou e se tornou repetitivo demais e começa a ficar irritante para esse tipo de enredo.

Outros que indico, mas tenho pouco conhecimento deles são Gantz, Elfen Lied,Ghost Hunt (que não li o mangá mas vi o anime e é explendido) e Delivery Service of Corpse (ao qual teve 3 numeros lançados no brasil e depois descontinuado para a minha infelicidade) que são muito repercutidos entre muitos fãs (exceto delivery esse é gosto pessoal meu mesmo), sinto vergonha de não ter ido atrás deles ainda, apesar de tantas indicações de amigos.

Detalhe que não indiquei nenhuma com temática de horror psicológico, bem quem sabe em uma próxima, boa sexta a todos.

 

Esse artigo é uma colaboração de Necrokure.