Turma da Mônica: Laços – Critica da História em Quadrinhos

Quando era moleque, o único filme desses de turma de crianças que eu gostava era “Os batutinhas” e até hoje não consigo gostar de Goonies, sendo que já tentei assisti-lo diversas vezes e paro nos primeiros minutos. Sabendo que a nova HQ no selo MSP homenageava esses filmes, fiquei com um pouco de medo de não gostar de “Turma da Mônica: Laços”, mas como “Astronauta Magnetar” foi excelente, me senti obrigado a dar uma chance para esse novo quadrinho e devo dizer que foi meus 20 reais mais bem gastos em entretenimento no ano.
Mesmo que você não goste ou não tenha vivo a época dos anos 80, “Turma da Mônica: Laços” tem grandes chances de te emocionar com essa nova variante da turminha, pois diferente da versão tradicional, essa é direcionada para o publico mais adulto, nos fazendo lembrar dos melhores momentos da infância e de como víamos aquele mundo dominado por adultos.

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A premissa da história é bem simples: Floquinho, o cachorro do Cebolinha, sumiu e a turminha resolve ir em busca do canino, saindo do bairro do limoeiro e procurando pela cidade. No meio disso, o laço entre eles vai ser reforçado no meio de dificuldades.
É visível como o roteiro trabalha bem com a arte e isso se deve ao fato dos autores dela serem irmãos que tentaram reproduzir tudo que a “Turma da Mônica” representou para eles, juntamente as experiências de infância. Gostei bastante do modo que os adultos “estranhos” são mostrados em “Turma da Mônica: Laços”, como seres diferentes que algumas vezes dão medo. As crianças de outras ruas, que formam bandos rivais demonstram uma época que aos poucos deixa de existir, com o crescimento das cidades e a tecnologia que costuma isolar a garotada mais nova. Alias, todo o clima se passa nos anos 80 e até foi feito uma pesquisa de figurino da época que é mostrada nos extras no final dessa edição muito informativa sobre o processo de produção.

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Não é só na parte do figuro que a arte se destaca. As cores são muito bem trabalhas considerando até a hora do dia que determinada cena acontece. O que eu mais gostei foi o design de personagens que me agradou muito mais os olhos do que o original. A Mônica, por exemplo, que originalmente não demonstra ser gorducha, nessa reimaginação, ela além de ser muito mais fofa, tem braços, pernas e bochechas visivelmente avantajados. O traço e as cores mudam em cenas de flashback, nas quais os personagens estão novos, não sendo necessário explicar que aquelas partes não são no presente.
“Turma da Mônica: Laços” é uma Graphic Novel que consegue ser excelente em todos os aspectos, desenvolvendo bem o roteiro e trabalhando melhor ainda a parte visual. Praticamente obrigatória para quem lia histórias dessa turminha na infância ou gostava de filmes de turma de crianças da década de 80.