Hoje em dia, é fácil julgar negativamente uma série que usa criaturas do imaginário popular e atores adolescentes, devido à grande repercussão de um determinado filme. Felizmente, Teen Wolf não segue essa premissa de seriadinho adolescente.
É reboot de um seriado de 1985 estrelado por Michael J. Fox, traduzido erroneamente aqui como “O Garoto do Futuro” (para tentar pegar carona no sucesso de “De volta para o Futuro”), mas há uma diferença gigante entre ambos, sendo que o atual é mais puxado para o terror e tensão que o original.
A série começa com o personagem Scott McCall (Tyler Posey) e seu amigo Stiles Stilinski (Dylen O’Brien) se metendo em confusão atrás de uma garota que parece ter desaparecido em meio a uma floresta. Devido a um inconveniente com o pai de Stilinski, que por acaso é um policial, McCall acaba ficando sozinho na floresta, e encontra, meio que por acaso, o corpo despedaçado da garota – sim isso mesmo prepare-se para ver sangues e tripas, porque a série não faz corpinho mole quanto a isso -, sendo, logo em seguida atacado por algo no abdômen. No dia seguinte, na escola, quando resolve mostrar o que houve para seu amigo, o ferimento está totalmente curado; além disso, seus sentidos começam a melhorar exponencialmente, e uma fúria espontânea brota dele fortemente, principalmente pelos motivos mais bobos. A razão disso: a Lua Cheia é na semana seguinte.
Apesar de usar todos os efeitos de um seriado americano de adolescente e o lado de romance proibido, o foco das cenas está mesmo na vivência do personagem com sua transformação, apelando muito para a tensão e curiosidade. Sim, curiosidade: a série sabe manter bem isso. Apesar de ser sobre Lobos e se focar bem nisso, há uma grande chance de você acabar se apegando mais aos caçadores ou aos humanos comuns da série. Stilinski mesmo, é um personagem que eventualmente rouba a cena. Seu lado de “detetive” e talvez humano faz você se apegar muito a ele, sendo talvez o personagem mais racional e que demonstra mais o lado humano da série e, apesar de ser um grande “bundão”, o considero o personagem mais corajoso. Aliás, Stilinski é o personagem mais irônico e sarcástico, o que faz você gostar dele logo de cara.
A 1ª temporada em especial cobre a tentativa de controle de McCall sobre sua transformação. Sim, ele não tem controle e teme matar pessoas, ok, padrão certo; mas se você assistiu “Um lobisomem americano em Londres/Paris” a ideia é aquela: acordar em um lugar estranho, mortes pela cidade, e você sabe o que você é. McCall sabe que não possui controle, e por diversas vezes é levado pela fúria incontrolável e faz coisas contra a vontade, inclusive perseguir amigos ou colocá-los em perigo. Nessa 1ª temporada, há um episódio, que considero o melhor de toda a saga, pela tensão produzida em filmes de terror com Lobos: a caça. Os garotos, incluindo Scott, estão presos em um colégio (High School), e há um grande lobisomem atrás deles – detalhe que Scott tem transformação parcial, nada de monstro gigante, apenas sua forma humana mais peluda, com garras e presas. O caçador, entretanto, está na forma conhecida já de tantos filmes. McCall poderia enfrentá-lo, mas não o faz; afinal, se tornar algo incontrolável apenas pioraria a situação. O que fazer?… Correr. Sim, correr, e isso produz as cenas mais tensas já usadas em filmes de Lobisomens.
Não sei o quanto foi pesquisado sobre esse tipo de filme, mas você pode ver os grandes clássicos do cinema em pequenos episódios que não te deixam respirar e, quando terminam, fazem você querer ver o próximo, porque, como já disse, a curiosidade é aguçada aos extremos nessa série. E não, ela não conclui no próximo episodio; você verá coisas no primeiro episódio que só se concluirão no final da temporada. E o contrário também é válido: algumas explicações acontecem no começo, e que fazem você querer rever com o que já sabe, bem no estilo filmes de suspense, como “Os outros” ou “Sexto Sentido”
Então, não julguem a série por ter adolescentes como personagens principais. Veja o primeiro episódio apenas, só digo isso. Estamos indo para a terceira temporada, e o ritmo é o mesmo do primeiro episódio. Se você não gostar dele, ok; mas não julgue como uma série de romance proibido entre adolescentes, porque o foco não é esse. Eles são criaturas que matam outras; alguns aceitam, outros tentam evitar, mas o destino final sempre é o mesmo: alguém vai morrer. E, assim como em “Game of Thrones”, digo a vocês para não se apegarem demais aos personagens, afinal, eles são Lobos e não Vampiros, e lobos caçam.
Nota Final 1: Jogadores de Lobisomens, seja Apocalipse ou Destituídos, vejam, e vejam sem medo; vocês vão se sentir em casa.
Nota Final 2: Sim, eu não citei nem 1/3 da série; coisas como Alpha, Derek, Matilha, Ligação, Assassinatos, Caçadores, e outras coisas vocês vão ter que ver com os próprios olhos.
Esse artigo é uma colaboração de Necrokure.